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Nos próximos anos, até 2022, os analistas do Gartner alertam que as organizações irão além de noções sobre a adoção de tecnologia e estarão concentradas nas questões que cercam o real significado do ser humano no mundo digital.

“A inovação baseada em tecnologia está chegando mais rápida do que a maioria das organizações consegue acompanhar. Antes de implementar uma inovação, outras duas surgem”, afirma Alvaro Mello, Vice-Pesidente do Gartner.

“Os CIOs (Chief Information Officer) em organizações de usuários finais precisarão desenvolver um ritmo que possa ser sustentado, não importa o que aconteça no futuro. Nossas predições fornecem informações sobre esse futuro, mas as empresas ainda serão obrigadas a desenvolver uma disciplina sobre como esse ritmo pode ser alcançado. Aqueles que buscam opções de valor baseadas em tecnologia devem se mover mais rapidamente à medida que suas iniciativas de negócios digitais caminham em alta velocidade. A velocidade de mudança exigirá variadas habilidades e capacidades para enfrentar os crescentes desafios”, explica Plummer.

As previsões dizem que:

– Em 2021, as marcas pioneiras que redesenharem seus sites para suportar pesquisas visuais e de voz aumentarão as receitas de comércio digital em 30% – As consultas baseadas em pesquisa de voz e visual melhoram a compreensão dos interesses e intenções dos consumidores pelos comerciantes. Juntamente com os índices contextuais adicionais disponíveis nos smartphones, as marcas de adoção pioneira de tecnologias e os e-commerces vão aproveitar a mudança de consumidores para essas modalidades de pesquisa. Eles ganharão vantagem competitiva medida em taxas de conversão, crescimento de receita, aquisição de novos clientes, participação de mercado e satisfação do cliente. A demanda dos consumidores de dispositivos de voz – incorporada por produtos como Amazon Echo e Google Home – deverá gerar US$ 3,5 bilhões até 2021. As marcas que são capazes de desenvolver maneiras de implementar sistemas para devolução a partir de dispositivos verão o rápido crescimento nas receitas do comércio digital.

– Até 2020, cinco dos sete principais gigantes digitais irão se “autodestruir” intencionalmente para criar suas próximas oportunidades de liderança – Ao fazer coisas novas, os gigantes digitais, como Alibaba, Amazon, Apple, Baidu, Facebook, Google, Microsoft e Tencent, provavelmente irão encontrar situações em que suas influências tenham crescido tanto que é difícil criar novos cenários de valor. Isso, em última análise, leva a uma autodestruição. Em uma estratégia de autointerrupção, a mudança surge como intenção proposital de chegar primeiro, mesmo que seja necessário destruir-se. Embora isso possa ser arriscado, o risco de estagnação pode ser ainda maior.

“A Research in Motion, por exemplo, poderia ter interrompido seus negócios com a entrega do BlackBerry Messenger e da rede BlackBerry para iPhones e telefones Android. Embora eles tenham desistido do uso exclusivo desses recursos – portanto, se autoprejudicando – eles teriam criado espaço de mercado dentro dos ecossistemas concorrentes para aumentar sua influência em vez de vê-la diminuir”, afirma Plummer. “Os gigantes digitais têm grande interesse que a inovação continue a acelerar. Sendo assim, os líderes no espaço digital devem buscar continuamente criar novas oportunidades, incluindo a autodestruição”.

– Até o final de 2020, o setor bancário obterá US$ 1 bilhão em valor comercial a partir do uso de criptomoeda baseada em Blockchain – O valor combinado atual das criptomoedas em circulação em todo o mundo é de US$ 155 bilhões e essa quantia vem aumentando à medida que os tokens continuam a proliferar e o interesse do mercado cresce. As criptomoedas são mais maduras do que a infraestrutura técnica e comercial que as suporta. Isto é, em parte, devido à falta de credibilidade que os desenvolvimentos em token recebem das empresas líderes de mercado. No entanto, quanto mais os bancos começarem a ver a criptomoeda e ativos digitais no mesmo contexto que os instrumentos financeiros mais tradicionais, mais o valor comercial distribuído começará a aumentar. Isso exige que cada indústria repense os aspectos dos modelos atuais de negócios fiat-based (que não tem valor por si só, mas pela lei), como preços de bens e serviços, métodos contábeis e fiscais, sistemas de pagamento e recursos de gerenciamento de risco para acomodar essas novas formas de valor em suas estratégias de negócios.

– Até 2022, a maioria das pessoas em economias maduras consumirá mais informações falsas do que verdadeiras –“Fake News” (notícias falsas) tornaram-se um grande tema político e de mídia mundial em 2017. Enquanto notícias falsas são atualmente de conhecimento público, é importante perceber que a extensão do conteúdo criado digitalmente, que não é uma representação factual ou autêntica da informação, vai muito além do aspecto das notícias. Para as organizações, essa aceleração do conteúdo em um discurso dominado por mídias sociais apresenta um problema real. As empresas precisam não apenas monitorar de perto o que está sendo dito sobre suas marcas diretamente, mas também em quais contextos, para garantir que elas não estejam associadas a conteúdos prejudiciais ao valor de sua marca.

– Até 2020, a criação de “realidade falsa”, baseada em Inteligência Artificial (AI),  vai superar a capacidade da AI de detectá-la, fomentando a desconfiança digital – A “realidade falsa” é a criação digital de imagens, vídeos, documentos ou sons que são representações convincentemente realistas de coisas que nunca ocorreram ou existiram exatamente como representadas. Nos últimos 30 anos, a capacidade de criar e disseminar conteúdos suavemente ou abertamente alterados aumentou fortemente à medida que um grande número de pessoas obteve acesso à Internet com pouco controle sobre a distribuição de conteúdo. A próxima onda dessa distribuição será o conteúdo gerado por máquina.

“A detecção de realidade falsa será melhorada pela Inteligência Artificial (AI), que é capaz de identificar e rastrear marcadores em conteúdo falsificado mais rápido do que os revisores humanos”, afirma Plummer. “Infelizmente, como a criação de realidade falsa usando técnicas de AI acelerou nos últimos anos, o uso de AI para detectar a realidade falsa atualmente está atrasado em relação ao uso da AI para criá-la”.

– Em 2021, mais de metade das organizações gastará mais por ano em criações de Bots e Chatbots do que com o desenvolvimentos de aplicativos tradicionais para dispositivos móveis – A atenção do usuário está se afastando de aplicativos individuais em dispositivos móveis e aparecendo em tecnologias pós-aplicativo (post-app) emergentes, como Bots e Chatbots. Hoje, os Chatbots são o rosto da AI e afetarão todas as áreas nas quais há comunicação entre humanos. Os Bots têm a capacidade de transformar a forma como os próprios aplicativos são criados e o potencial de mudar a maneira como os usuários interagem com a tecnologia. O uso adequado de Bots também é suscetível a aumentar o engajamento do colaborador ou do cliente, pois eles podem automatizar rapidamente as tarefas para liberar profissionais para trabalhos não padronizados, incluindo interações de perguntas e respostas, quando implantados como Chatbots ou assistentes virtuais.

Em 2021, 40% da equipe de TI serão versáteis, ocupando vários papéis, a maioria dos quais mais próxima das áreas de negócios e não de tecnologia – Os especialistas de TI representam cerca de 42% de toda a força de trabalho de TI em 2017, mas, até 2019, o Gartner prevê que as contratações de especialistas em tecnologia de TI cairão em mais de 5%, já que as iniciativas de negócios digitais exigem um número crescente de profissionais versáteis de TI.

Esta mudança começará em infraestrutura e operações, pois a necessidade de I&O que pode suportar a infraestrutura sob demanda surgirá. Com uma base sólida de I&O no local, um aumento nos gerentes de TI não técnicos e líderes com o perfil versátil seguirá. Após a onda de liderança, os esforços de negócios digitais orientados para o marketing, como a inteligência de negócios, serão seguidos pelo desenvolvimento de software, gerenciamento de produtos digitais, gerenciamento de projetos/programas/portfólio e gerenciamento e arquitetura de experiência do cliente.

– Em 2020, a AI se tornará um motivador positivo, criando 2,3 milhões de empregos e eliminando apenas 1,8 milhão de empregos – A AI eliminará mais empregos do que vai criar até 2019, no entanto, o número de empregos criados devido à AI em 2020 será suficiente para superar esse déficit. A criação ou eliminação de empregos irá variar muito pela indústria. Algumas indústrias sofrerão perda geral de emprego, outras sofrerão perda de emprego por apenas alguns anos e outras, como as de saúde e educação, nunca experimentarão perda de emprego no balanço final. A AI melhorará a produtividade de muitos empregos e, de forma criativa, tem potencial para enriquecer as carreiras das pessoas, remodelar tarefas antigas e criar novas indústrias.

– Até 2020, a tecnologia IoT (Internet das Coisas) estará em 95% dos eletrônicos – A combinação de gerenciamento de smartphones, controle de nuvem e módulos de habilitação baratos oferece monitoramento, gerenciamento e controle sofisticados com um custo adicional mínimo nos dispositivos-chave. Os compradores irão mover-se rapidamente para produtos de Internet de Coisas (IoT), e o interesse e a demanda por produtos habilitados para IoT crescerão rapidamente como bola de neve. Todo fornecedor deve, no mínimo, fazer planos para implementar a tecnologia IoT em seus produtos, tanto para consumidores como para compradores de empresas.

– Até 2022, a metade de todos os investimentos de segurança para a IoT irá para remediação de falhas e recuperação de desastres, em vez de proteção – Os riscos relacionados à introdução do IoT como parte de projetos ou iniciativas são substancialmente impactados pelas consequências não intencionais geradas quando a forte presença digital é introduzida em todas as indústrias e setores de mercado com o crescimento da IoT. O requisito de atualizar dispositivos periodicamente, como é feito com telefones celulares e outros sistemas remotos, é multiplicado por vários fatores e a incapacidade de executar essas atualizações pode resultar em grandes recalls de produtos. Para os ambientes industriais, a escala e a diversidade podem não ser tão significativas, mas a necessidade de preservar a segurança para os indivíduos, o ambiente e o complexo regime regulatório que controla os sistemas de segurança irá assegurar que a rápida expansão do uso da IoT nesses sistemas resultará em impactos de regulação.

Fonte:  Gartner

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